O artista plástico Aristide Brodeschi nasceu em Bucareste, capital da Romênia em 1947. Teve a infância e juventude marcadas por uma Europa do Leste que estava vivendo os efeitos da 2ª Guerra Mundial e da expansão dos domínios e da influência da União Soviética.
Graduado na Universidade de Arquitetura e Urbanismo “Ion Mincu”, desde cedo teve interesse pelas artes. Após viver alguns anos em Israel, imigrou para o Brasil.
Desenvolve trabalhos em diversas técnicas como pintura (óleo e acrílico), gravura em metal, litografia, xilogravura, desenho, aquarela e tapeçaria.
No conjunto da sua obra, Aristide Brodeschi é um artista que tem um amplo domínio do vocabulário pictórico, capaz de criar um clima ao mesmo tempo dinâmico e poético.
Suas primeiras experiências em tapeçarias já demonstravam sua ligação com a natureza. Sem abandonar a preocupação ecológica, utilizava as cores naturais dos materiais.
Desprendeu-se da visão europeia para criar com “olhos novos” inspirado na tecelagem indígena e habitat de sua terra de adoção.
Sem abrir mão da figuração lírica, sua temática concentra-se na lúdica infantil. Inspirado por seus filhos, as personagens principais de suas obras são crianças correndo, andando de bicicleta, dançando ou brincando em parques de diversão.
Inicialmente a sua obra caracteriza-se pelo toque solto e a densidade da pincelada tipicamente impressionista.
No fim dos anos 80, passa a tratar a tela mediante massas vibrantes de cores e luzes. É possível observar uma profunda modificação em seu trabalho, que se aproxima de um pós fauvismo que nada tem a ver com os Nouveaux Fauves alemães, americanos e franceses do mesmo período.
Retoma o grafismo, instrumento essencial do arquiteto, mas o faz com liberdade extrema. A linha negra, na realidade, acentua a vibração das cores.
Embora se perceba por trás da planificação segura do espaço a mão do arquiteto, sente-se também o poeta que, por meio das cores e da maneira sui generis de compor este mesmo espaço, é capaz de transformá-lo em magia.
A vibração acentuada é percebida mediante o jogo dos espelhos no centro dos carrosséis. Em seus reflexos mágicos estão presentes não só a dinâmica das próprias brincadeiras, mas a sucessão rápida das imagens que estão em constante mudança e também o símbolo da alegria solar da infância.
Na área da pintura mural, uma de suas experiências mais significativas é o mural alusivo ao Centenário da Imigração Judaica, instalado no Centro Israelita do Paraná. Nele, o artista inspira-se na Série de Navios Imigrantes de Lasar Segall, para narrar a saga dos judeus vindos ao Brasil. Em sua leitura da travessia, incorpora elementos do paranismo, transformando a imagem dos candelabros judaicos em pinheirais.
Fez inúmeras exposições no Brasil e no mundo. Em 2012 recebeu o título de “Cidadão Honorário de Curitiba”, concedido pela Câmara Municipal de Vereadores.